Publicado em 23 de maio de 2025
ADI
Em 29/05/2025, às 10:00
Local: Online
O Laboratório de Estudos Decoloniais (LABYA-YALA), da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo e de Design da Universidade de São Paulo (FAU-USP), convida a Profa. Dra. Jennifer Watling do Museu de Arqueologia e Etnologia da USP e o Prof. Dr. Carlos da Silva da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) ao programa de extensão Quintas Ameríndias, no seu sexto ciclo.
Debatedores da palestra: Ms.Sabrina Hazar (MAE-USP); Ms. Brenda de Oliveira (MAC-USP); Ms. Victor Salgado (LABYA-YALA FAUUSP); Ms. Wilmar Souza Junior (LABYA-YALA FAUUSP e Grupo Arqueologia da Paisagem)
Equipe do projeto: Profa. Dra. Renata Martins, Prof. Dr. Luciano Migliaccio, Anna Heloísa Segatta, Giovanna Seriacope, Bárbara Servidone, William Minao, Leandro Martinz, Janete Velasquez e Ms. Victor Salgado.
Plantas, a água e a terra são parentes na Amazônia
A Amazônia, na verdade, pode ser considerada labirintos formados pelos rios, lagos, igarapés, paranás, etc., são nesses labirintos que estão os sítios arqueológicos com plantas e diversidades de plantas que funcionam como se fossem supermercados, devido às árvores que, dependendo do período do ano, produzem sementes que funcionam como úteros, pois, a água, a terra à medida que são tocadas, novas vidas surgem como se fossem janelas, onde os pássaros por meio de seus cânticos informam que os frutos do piquiá, bacuri, abiu, cóbio, ariá, batata-doce, etc., estão disponíveis para serem degustadas. Nesse sentido, as águas-florestas são como se fossem assinaturas digitais existentes nas plantas, assim são como parentes, pois cada ser vivo faz o zelo para manter as plantas como se fossem corações, onde as veias são as raízes das plantas que conduzem às vidas. Afinal, as plantas não vivem sem água, e a terra sem as plantas não produz água.
Arqueobotânica e paisagens culturais milenares da Amazônia
A Arqueobotânica, disciplina que estuda vestígios de plantas preservadas em sítios arqueológicos, tem proporcionado evidências importantes sobre a natureza e longevidade das interações entre povos indígenas e plantas e paisagens na Amazônia. Pelo estudo de fitólitos, grãos de amido, e carvões encontrados em solos, fragmentos de cerâmica, e ferramentas líticas, sabemos que processos de domesticação de plantas e a criação de florestas culturais são quase tão antigas quanto à presença humana na região. Ao mesmo tempo, na maioria dos casos, essas práticas parecem ter contribuído para manter serviços ecossistêmicos vitais, aumentando a agrobiodiversidade sem prejudicar a saúde da floresta ao longo prazo.
Mini bio Jennifer Watling:
Jennifer é arqueóloga e professora do Programa de Pós-graduação em Arqueologia do Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE-USP). É coordenadora de Arqueobotânica no Laboratório de Microarqueologia e administradora da base de dados www.REFtropica.com. Atua há quase vinte anos na arqueologia amazônica, onde aplica técnicas arqueobotânicas para estudar relações entre pessoas, plantas e paisagens no passado e no presente.
Mini bio Carlos Augusto da Silva:
Possui graduação em Ciências Sociais – Licenciatura/Bacharelado pela Universidade Federal do Amazonas-UFAM (1997), mestrado em Ciência do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia pela Universidade Federal do Amazonas, UFAM, Brasil. (2010) e doutorado em Sociedade e Cultura na Amazônia pela Universidade Federal do Amazonas, UFAM, Brasil. (2016). Atualmente, servidor aposentado. E atua como professor colaborador da Universidade Federal do Amazonas – UFAM e Universidade do Estado do Amazonas – UEA. Experiência em arqueologia: história indígena, arqueologia, educação patrimonial, arqueologia na Amazônia.